A vida e o sal.

O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo de água e bebesse.
- Qual é o gosto? - perguntou o Mestre.
- Ruim - disse o aprendiz.

O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago.

Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago. Então o velho disse:
- Beba um pouco dessa água. Enquanto a água escorria pelo queixo do jovem o Mestre perguntou:
- Qual é o gosto?
- Bom! - disse o rapaz.
- Você sente o gosto do sal? - perguntou o Mestre.
- Não - disse o jovem.

O Mestre então se sentou ao lado do jovem, pegou em suas mãos e disse:
- A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta. É dar mais valor ao que você tem do que ao que você perdeu. Em outras palavras: É deixar de ser copo, para tornar-se um lago.

Quantas vezes nos preocupamos apenas com o nosso problema, colocamos nossas dificuldades como algo insuperável, nossa dor como a maior de todas as dores e que ninguém mais sofre como estamos sofrendo. Nossa curta visão torna o nosso ponto de vista muito ínfimo e não conseguimos enxergar os problemas ainda maiores que atingem nossos irmãos e o Mundo como um todo, estamos sempre em nosso pedestal e dele não desejamos descer e compartilhar com os problemas de nosso próximo, pois estamos preocupados demais conosco, com nossa vida e com nossa inferioridade diante os problemas da vida. Olhemos ao nosso redor e veremos, dor, fome, sede, miséria, falta de um teto, abandono, descaso, humilhação, desprezo, frieza e o pior, muita falta de amor.

Sejamos mais abertos ao pensamento e às nossas reflexões, ampliemos nossa visão para além dos muros de nosso Eu e então veremos campos vastos de trabalho a nos esperar pelo auxílio a quem realmente está em condições precárias de vivência e necessitados de muito afeto e acolhida.

Que Deus nos dê sempre a oportunidade de sermos úteis e podermos aproveitá-las da melhor maneira possível, como verdadeiros cristãos e dignos filhos de Deus.