segunda-feira, 27 de setembro de 2021

O lar

Que as bençãos do Pai de Amor e Bondade sejam presentes na vida de cada um de nós. Que o Mestre Jesus consiga penetrar em nossos corações, trazendo paz e alívio a todas nossas dificuldades.

Temos de ter consciência que nosso lar é nossa escola primeira, é onde aprenderemos os primeiros tratos de convívio social, onde tiraremos os exemplos de comportamento, de educação, de adversidades, de dificuldades de relacionamento e também das demonstrações de carinho e afeto.

É no lar que se aprende lições basilares de caridade, de humildade, de amabilidade, de simplicidade, de bondade e principalmente a tratar todos como nossos irmãos. Esse seria o lar perfeito, essa é ideia de família, mas como nossa sociedade muitas vezes corrompe valores e os invertem para melhor aproveitamento de coisas imprestáveis, muitos lares são desfeitos, desmoronam, caem nos abismos de trevas, onde drogas, corrupção, individualismo, materialismo, vícios e muitas outras imperfeições que acabam penetrando na família causando um desgaste muito grande, o que torna insustentável a harmonia e a paz.

Por esta razão temos de estar atento na proteção de nosso lar, praticar o Evangelho servirá como um escudo para que estas situações não nos atinjam, a prece junto com os nossos nos fortalecerá cada vez mais e não nos deixará sucumbir se tivermos fé o bastante para lutarmos juntos contra qualquer ataque das trevas.

Precisamos irmãos reajustar, reafirmar, reconduzir nossa escola primária, para que possamos formar filhos preparados para as vicissitudes e dificuldades da vida, para que não caiam nas tentações infindas que estão sempre na espreita para o ataque.

Solicitemos o auxílio dos irmãos benevolentes para que nos ajudem sempre, através de nossas orações, através do Evangelho no Lar, através de nossos bons pensamentos e assim estaremos dando oportunidade para juntos formarmos uma sociedade realmente melhor.

Miguel_@ngelo


O mar da vida

O mar da vida

O Mestre Jesus em uma de suas passagens ensina-nos mais uma grande lição de fé e de esperança: “Caminha Ele sobre as águas e mostra a um de seus discípulos que poderia fazer o mesmo, então este após dar alguns passos sobre a água começa a afundar e se desespera. O Mestre então lhe pergunta, por que duvidastes?”.

É uma passagem a qual muitos de nós não conseguimos compreender o real sentido, o porquê de Jesus fazê-lo, qual o verdadeiro significado de sua ação naquele momento, deixando os discípulos boquiabertos de verem sua imagem ali vinda em sua direção sobre as águas e sem afundar, caminhando normalmente, algo impossível a nossos olhos. E Jesus nos falo do possível, mostra-nos que podemos que nossa fé é pouca e por esta razão afundamos, nos afogamos.

Nós estamos caminhando sobre as águas, neste mar de perigos, de monstros e de surpresas, muitas vezes com ondas bastante perigosas, outras mais calmas, mas todos nós estamos enfrentando hoje o Mar da Vida, onde a caminhada é incerta e muitas vezes nos desesperamos, nos apavoramos, deixamos que os problemas, que as dores e as dificuldades comecem a nos afundar, nos sentir afogados, impotentes em razão de nossa pouca fé. Deus nos dá a força necessária para enfrentar nossos problemas, ou seja, nos permite caminhar sobre estas águas profundas, turbulentas, barrentas às vezes, mas onde cada um tem no Pai o sustentáculo que o permite triunfar.

O que nos falta realmente é acreditar que é possível, crer que há um Deus de muito amor que nos quer ver pairando sobre esse oceano de preocupações, deixando de lado o desespero, a desesperança, a incredulidade, levantando a bandeira que nos conduzirá ao sucesso na jornada, a única bandeira que nos permite andar de cabeça erguida e sem temores neste grande Mar da Vida: A nossa Fé.

Sejamos mais firmes em nossos pensamentos, sejamos mais Cristãos agindo na certeza de que o Mestre Jesus demonstrou que é possível enfrentar os perigos deste mar e caminhar sobre ele com a calma e tranquilidade inerente a um Filho de Deus, confiantes de que chegaremos triunfantes na outra margem fazendo nossa passagem com muito sucesso e paz.

Tenhamos todos, uma feliz jornada no Mar da Vida!

Miguel_@ngelo


Tributo à Maria.

Maria, a mãe de Jesus,  nos mostra o exemplo de abnegação,  resignação, força e paz. Sempre que lembramos dela vem-nos a imagem de Seu Filho na Cruz, padecendo sobre as mãos daqueles que não o compreenderam,  que não aceitaram sua forma pacífica de lutar em favor do próximo,  ensinando a dar a outra face, de segurar a mão daquele que queria empunhar a espada, de deixar-se ser condenado já que era essa a vontade dos que achavam-se poderosos.

Uma mulher simples, aparentemente frágil   mas que mostrou toda sua força através da fé,  superando obstáculos,  sofrendo perseguições,  até sentir a dor maior, não só pela sensação de perda do filho que seria já uma extrema aflição e desespero a qualquer mãe,  mas pela maneira com que seu querido filho fora tratado. Padecendo ela a cada julgamento, a cada episódio da epopeia de seus acusadores, levando-o a esse é aquele que tinha mais poder de decisão,  vendo o povo todo, qual muitos Ele ajudou, curou, transformou, perdoou, amou, enfim, a tantos que puderam constatar suas divinas obras e que mesmo assim o apedrejavam, cuspia, blasfemavam,  acusavam aos gritos e aplaudiam sua condenação,  até que esses mesmos escolheram a um ladrão,  um marginal, para que fosse liberto em troca da Crucificação de Jesus. 

Maria manteve-se ali, em pé,  sentindo a angústia,  a amargura, o sofrimento  de uma mãe tendo o coração despedaçado,  destroçado, vendo e não querendo crer em como tudo aquilo acabaria.

Acompanhou o filho em sua marcha derradeira, sem poder aproximar-se  dar-lhe um afago, um colo, um beijo e entre lágrimas o viu enfim pendurado na Cruz. Chorosa ali ficou, até receber em seus braços apenas um corpo já sem vida, sem calor, sem a esperança do carinho de mãe.  

Assim pois, é a dor de toda mãe que tem seu filho amado desencarnado e que se reconhece impotente,  desesperada, sem nenhum poder para desfazer aquela situação  mas como Maria, que foi por Deus abençoada,  escolhida e amada, assim as mães são eleitas para que com seu amor, sua abnegação,  sua entrega elevem suas almas ao Reino de Deus, pois essa é a recompensa maior que qualquer Cristão possa divisar, ser mãe é  ser escolhida, ser mãe é ser eleita, é aquela que possui o dom de trazer ao mundo, espíritos que precisam passar por dores, sacrifícios, obstáculos, dificuldades e que embora os dias sejam nublados, haverá sempre a seu lado esse anjo que poderá chamar de mãe. 

Portanto, Maria, conhecida como Mãe de Deus,  Mãe de Jesus,  está sempre a olhar e proteger a todas as santas mãezinhas, acolhendo-as em seus braços nos momentos de dor e de felicidade. 

Um fraterno abraço a todas as mães e a fé em Maria, para que sejam sempre amparadas por esse Divino Ser de Luz, de Amor, de Paz e de muitas Bênçãos. 

26 set 21.

Miguel_@ngelo


quarta-feira, 12 de maio de 2021

Faz Parte

 

Diante das convulsões sociais que a Humanidade vem atravessando, que são, antes, de ordem espiritual, o importante é que cada um não se entregue ao desânimo e à desesperança.
Todos esses acontecimentos negativos que concorrem para que o homem esmoreça diante da luta, e, dentre eles, a pandemia do “Coronavírus”, fazem parte de seu processo evolutivo, no orbe que, de fato, se encontra em transição.
Não há que ninguém, pois, venha a se render à descrença em dias melhores, que sucederão os que estão sendo atravessados na atualidade, dias em que densas nuvens parecem eclipsar a claridade solar que não se altera no firmamento.
Durante algum tempo, haverá necessidade de que os nossos irmãos e irmãs, que se encontram no envoltório carnal, sobrevivam mais de esperança que de certeza, de vez que a luz que existe no fim do túnel ainda não pode ser divisada com a nitidez que se deseja.
Contudo, repetimos, tais provações, que, não raro, nos dão a impressão de titânica “queda de braços”, entre o Bem e o mal, fazem parte do que a Lei Divina determina para a aferição de valores de todos os espíritos que, direta e indiretamente, nelas se encontram envolvidos.
Não há como possa ser diferente, a não ser que tivéssemos feito diferente o caminho que, até o presente momento, temos trilhado.
À semeadura, sucede-se a colheita.
Depois da semente no chão, não há como não se fazer a ceifa de sua semeadura.
Portanto, procuremos nos revestir de muita calma e paciência, confiando na Divina Misericórdia, que não criou a raça humana para promover a sua extinção.
Continuemos a optar pela “porta estreita”, resignados ante as consequências que semelhante escolha sempre acarreta para aqueles que tomam a decisão de não seguir por nenhum atalho que os coloque em conflito com a consciência.
Na medida de nossas possibilidades, e mesmo até um pouco além delas, procuremos cooperar com o Cristo na construção do Mundo Melhor, testemunhando a fé, embora, não raro, com lágrimas de tristeza que nos caem dos olhos, por ver o rumo que, infelizmente, as coisas andam tomando.
Não concordemos em ser partícipes do caos que se estabelece e que, talvez, venha a se estabelecer de maneira mais generalizada, para que, enfim, o joio não venha se confundir com o trigo.
Cumpramos com os deveres, todos eles, a que somos chamados, para que não venhamos a estar entre os primogênitos “na terra do Egito”, que, gradativamente, haverão de ser encaminhados a doloroso exílio.
Cuidemos para que os nossos interesses pessoais não falem mais alto e nos destituam do discernimento justo.
O que está ocorrendo na Terra de agora, sem dúvida, faz parte e não é de se estranhar, porque, afinal, tais tempos estão previstos desde muito, e poucos foram e são os que possuem ouvidos de ouvir.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 3 de Maio de 2021.

A morte não é o final


 

A CAPA Casimiro Cunha


Enquanto vibra o calor do verão, em luz florida, a capa confortadora permanece recolhida.
Em tudo há sol claro e quente, após a bênção do orvalho. . .
Oculta-se a capa amiga nas reservas de agasalhos.
Entretanto, chega um dia, que surge na imensidão, envolto de sombras frias e sopros de tempestade.
Rajadas dilacerantes invadem a atmosfera, não mais a carícia doce das tardes de primavera.
De outras vezes, muito embora cesse a grande ventania, continua o inverno forte, torturando noite e dia.
Ar gelado, névoas densas ao longo de toda a estrada, se a neve não cai do céu, a terra sofre a geada.
É quando a capa bondosa aparece no caminho, como a terna mensageira do consolo e do carinho.
Requestada em toda parte, no tempo frio e brumoso, trabalha, conforta e ajuda, sem as pausas do repouso.
Assim, no inverno das dores que trazem desolação, a crença é a capa celeste que agasalha o coração.
Mas no mundo há muito crente, que quando padece e chora, desatende a Providência e atira com a capa fora.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 11, p.10

CHICO E DISCIPLINA

 

Nos fins de 1931, Chico, à tardinha, orava sob uma árvore junto ao Açude, pitoresco local na saída de Pedro Leopoldo para o norte, quando viu, à pequena distância uma grande cruz luminosa.
Pouco a pouco, dentre os raios que formava, surgiu alguém.
Era um espírito simpático, envergando túnica semelhante à dos sacerdotes, que lhe dirigiu a palavra com carinho.
Não se sabe o que teriam conversado naquele crepúsculo, mas conta o Médium que foi esse o seu primeiro encontro com Emmanuel, na vida presente. E acentua que em certo ponto do entendimento, o orientador espiritual perguntou-lhe:
— Está você realmente disposto a trabalhar na mediunidade com o Evangelho de Jesus?
— Sim, se os bons Espíritos não me abandonarem... — respondeu o Médium.
— Não será você desamparado, — disse-lhe Emmanuel — mas para isso é preciso que você trabalhe, estude e se esforce no bem.
— E o senhor acha que eu estou em condições de aceitar o compromisso? — tomou o Chico.
— Perfeitamente, desde que você procure respeitar os três pontos básicos para o serviço. Porque o protetor se calasse, o rapaz perguntou:
— Qual é o primeiro? A resposta veio firme:
— Disciplina.
— E o segundo?
— Disciplina.
— E o terceiro?
— Disciplina.
O Espírito amigo despediu-se e o Médium teve consciência de que para ele ia começar uma nova tarefa.
(Do livro LINDOS CASOS DE CHICO XAVIER, por Ramiro Gama)

Sorriso Meimei


Onde estiveres, seja onde for, não olvides estender o sorriso, por oferta sublime da própria alma.
Ele é o agente que neutraliza o poder do mal e a oração inarticulada, que inibe a extensão das trevas.
Com ele, apagarás o fogo da cólera, cerrando a porta ao incêndio da crueldade. Por ele, estenderás a plantação da esperança, soerguendo almas caídas na sombra, para que retornem à luz.
Em casa, é a benção da paz, na lareira da confiança. No trabalho, é música silenciosa incentivando a cooperação.
No mundo, é chamamento de simpatia. Sorri para a dificuldade e a dificuldade transformar-se-á em socorro de tua vida.
Sorri para a nuvem, e ainda mesmo que a nuvem se desfaça em chuva de lágrimas nos teus olhos, o pranto será conforto do Céu, a fecundar-te os campos do coração.
Não te roga o desesperado solução do enigma de sofrimento que lhe persegue o destino. Implora-te um sorriso de amor, que renove as forças, para que prossiga em seu atormentado caminho.
E, em verdade, se os famintos e os nus te pedem pão e agasalho, esperam de ti, acima de tudo, o sorriso de ternura e compreensão que lhes acalme chagas ocultas.
Não condenes as criaturas que se arrogaram aos precipícios da violência e do crime.
Oferece-lhes o sorriso generoso da fraternidade, que ajuda incessantemente, e voltar-se-ão, renovadas, para o roteiro do bem. Sorri, trabalhando e aprendendo, auxiliando e amando sempre.
Lembra-te de que o sorriso é o orvalho da caridade e que em cada manhã, o dia renascente no Céu é um sorriso de Deus.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Meimei.

Deus Não Te Faltará Emmanuel

Difícil é o caminho de elevação.
Deus te guiará. Espinhos talvez te firam.
Deus saberá curar-te.
Desenganos surgirão.
Deus se te fará reconforto.
Incompreensões, por certo, virão sobre ti.
Deus te fortalecerá para que as superes.
Provações despontaram do cotidiano.
Deus te apoiará, a fim de que possas vencê-las.
O desânimo te ameaçará.
Deus te renovará as energias.
É possível venhas a sofrer perdas de importância.
Deus te enviará os recursos de que necessites.
Em algumas ocasiões, talvez caias.
Deus te socorrerá para que te levantes.
As crises da senda de aperfeiçoamento, muitas vezes, se multiplicarão, em torno de teus passos.
Confia, porém, no amparo de Deus, trabalha, serve e caminha.
Deus não te faltará.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Do livro "Fé". lojavirtual

Expressão Filosófica do Espiritismo

 Deolindo Amorim (in memoriam)

Disse Allan Kardec que a força do Espiritismo está em sua filosofia, justamente porque faz apelo à razão, ao bom senso. Poder-se-ia estranhar o fato de haver o codificador da Doutrina Espírita dado tanta ênfase à razão, quando se sabe que o seu trabalho começou exatamente pelos fatos mediúnicos. E o Espiritismo realmente apoia-se nos fatos, nas provas, na experiência, como se diz a todo o momento. Mas uma proposição não invalida a outra. A parte experimental ou fenomênica continua a ser indispensável à investigação espírita. Sob este ponto de vista, parece-nos até exagero desprezar inteiramente a parte mediúnica como quem diz: “a época do fenômeno já passou”, não há mais necessidade dos médiuns. Não é bem assim. Os médiuns surgiram ontem e surgem hoje porque são necessários. E não seria possível, em último caso, excluir a mediunidade do Espiritismo e, portanto, acabar definitivamente com as sessões mediúnicas.
FENÔMENOS
O lastro experimental, com a apresentação de fatos comprobatórios, ainda é uma necessidade, pois estamos muito longe, por enquanto, daquele estágio evolutivo em que a mediunidade ficará no puro domínio da intuição, como diz a própria Doutrina. Será uma expressão muito elevada, em função, porém, do tempo e do melhoramento espiritual do ser humano. Claro que a prática mediúnica, como geralmente falamos, precisa de condições básicas: honestidade pessoal, perseverança, lucidez e prudência do verdadeiro espírito científico. A mediunidade exercitada a esmo, embora bem-intencionada, como acontece muitas vezes, tem os seus riscos.
INSUFICIÊNCIA
Então, sem perder de vista o valor do estudo filosófico, a que Allan Kardec atribui influência decisiva, é lógico entender que o aspecto mediúnico sempre teve e tem o seu momento de necessidade e relevância, seja pelo consolo das mensagens, seja pelos elementos de estudo e reflexões que oferece.
Mas, o Espiritismo se contém todo ele no campo mediúnico, conquanto este lhe tenha servido de ponto de partida, como se sabe. O fenômeno por si só não nos levaria a consequências profundas, ou seria apenas objeto de observação ou motivo de deslumbramento, sem a formulação filosófica. Justamente por isso — repetimos Kardec — “a força do Espiritismo está em sua filosofia”. E por que não está no fato mediúnico? Porque o fato prova e convence objetivamente, não há dúvida, porém não elucida os problemas mais graves de nossa vida, por si mesmo, se não tomar a direção filosófica que conduz à inquirição das causas, dos porquês e das consequências.
FILOSOFIA
A comunicação dos espíritos demonstra praticamente a sobrevivência da alma “após a morte”. É o elemento básico. Mas, é preciso partir daí para as indagações que compreendem especialmente o destino humano e as consequências morais do Espiritismo.
A esta altura já é esfera da filosofia e, a força do Espiritismo — não faz mal insistir neste ponto — está exatamente nesse corpo de princípios, em cuja homogeneidade e coerência encontramos respostas às mais complexas e momentosas questões de nossa vida: a existência de Deus, a justiça divina e as desigualdades morais, intelectuais e sociais, livre-arbítrio e determinismo, a reparação do mal pelas provas, o reajuste de compromissos do passado através das experiências reencarnatórias. São temas de reflexão filosófica. Entretanto, a Doutrina estaria incompleta se não decorressem daí as consequências morais com que nos defrontamos a cada passo.
NEUTRALIDADE
Quem, por exemplo, gosta apenas de ver sessões mediúnicas, porque acha interessante ouvir os conselhos dos espíritos ou conversar com os médiuns, mas não vai além deste hábito, que se transforma em rotina com o decorrer do tempo, naturalmente não tem uma visão global do ensino espírita. Conhece o Espiritismo apenas pela parte fenomênica, que é muito rica de lições e sempre tem o que oferecer para estudo e meditação, porém não abre horizonte mais amplo a respeito das leis e causas a que o fenômeno está sujeito. Há pessoas, por exemplo, que se interessam muito pelo lado experimental do Espiritismo e fazem realmente estudos sérios, mas encaram o fenômeno do intercâmbio entre dois mundos com a mesma neutralidade ou frieza com que os especialistas lidam com os fenômenos da física ou da eletrônica, e assim por diante. A preocupação é exclusivamente com o fenômeno puro e simples.
E daí? Que resulta de tudo isso? Sim, o fenômeno da comunicação entre vivos e mortos é neutro até certo ponto, uma vez que sempre ocorreu no mundo, muito antes das civilizações e, portanto, do Espiritismo. E pode ser observado e registrado em ambientes não-espíritas, como também pode ser discutido à luz de critérios diversos, nas áreas da parapsicologia, psiquiatria, antropologia etc., sem nenhuma cogitação quanto às causas e consequências. Se o psiquiatra se volta para a procura da anormalidade, já o antropólogo vê o fenômeno dentro de um contexto cultural sem implicações de ordem transcendental, como se costuma dizer.
CONSEQUÊNCIAS
Quando, porém, o fenômeno está situado no contexto espírita, já não é tão neutro, porque assume um valor moral muito especial e, por isso mesmo, não pode ser considerado indiferentemente, como se estivesse em laboratório de física ou de química. O fato de o espírito entrar em comunicação com o nosso mundo pela via mediúnica, já pressupõe muita responsabilidade para o médium e, também, para quantos tenham de lidar com esse tipo de trabalho.
Há necessidade, portanto, de um preparo moral indispensável. Já se vê que a situação, agora, é bem diferente. E por que, finalmente, o Espiritismo engloba o fato mediúnico numa contextura filosófica de consequências tão acentuadas? Exatamente porque a verificação de que os mortos continuam vivos e vêm até nós, identificando-se, interferindo em nossos atos, “chorando as suas mágoas” ou trazendo alegria e esperança, confirma a tese capital de que a vida continua no tempo e no espaço.
Partimos daí, desse princípio essencial, para a especulação filosófica das origens e do chamado sobrenatural. O próprio impulso da sede de saber naturalmente nos leva a propor questões desta natureza: que significa esse intercâmbio em nossa vida? Qual o ponto inicial, a causa primária dessa força ou dessa inteligência aparentemente misteriosa? Que benefício poderá esse tipo de conhecimento trazer para o homem e a humanidade? Começamos a sentir o conteúdo ético e filosófico do Espiritismo desde o momento em que lhe avaliamos a profundidade e a integridade como Doutrina capaz de corresponder às nossas preocupações com o desconhecido e o nosso próprio destino.
ÉTICA
Mas, a especulação filosófica, embora necessária e valiosa, ainda não é suficiente para atender satisfatoriamente às necessidades do ser humano quando desperta para os problemas espirituais. Torna-se necessário, senão indispensável, além deste passo no conhecimento, procurar as consequências dos princípios espíritas na vivência individual e coletiva. É aí, principalmente, que se sente a força do Espiritismo em sua filosofia, porque:
a) Em primeiro lugar, abre larga perspectiva à inteligência inquiridora, oferecendo-lhe elementos de convicção acerca da vida futura e de uma justiça superior;
b) Em segundo lugar, porque, superando as ideias e os hábitos oriundos de escolas ou crenças antigas, renova profundamente a concepção de vida e modifica a posição do homem perante as leis da natureza, perante o próximo, perante a sabedoria divina;
c) Em terceiro lugar, porque as aplicações dos princípios espíritas fortalecem e esclarecem o sentido claro da Mensagem do Cristo, mostrando-nos que ninguém está perdido, como ninguém é definitivamente irrecuperável.
E assim, compreendemos bem porque Allan Kardec afirmou que “a força do Espiritismo está em sua filosofia.”
Fonte: Revista “A Reencarnação”, nº 401 - ano L - outubro de 1984 - órgão de divulgação da Federação Espírita do Rio Grande do Sul.

Medicamentos Evangélicos


 

Ajude a você mesmo

 Ajude a você mesmo

1 Não ambicione do seu vizinho, senão os dons excelentes que lhe exornam o Espírito.
2 Não permita que os dissabores governem o leme de seu destino.
3 Não entregue o templo de sua memória às más impressões.
4 Não retire sua experiência dos fundamentos espirituais.
5 Não se esqueça de que o ideal superior, objeto de sua admiração, deve corporificar-se em seus caminhos.
6 Não se prenda ao mal; no entanto, não se desvie das obrigações de fraternidade para com aqueles que foram atingidos pelo mal.
7 Não apague o archote da fé em seus dias claros, para que não falte luz a você nos dias escuros.
8 Não fuja às lições da estrada evolutiva, por mais difíceis e dolorosas, a fim de que a vida, mais tarde, lhe abra o santuário da sabedoria.
9 Não lhe falte tempo para cultivar o que é belo, eterno e bom.
10 Não olvide que a justiça institui a ordem universal, mas só o amor dilata a obra divina.
André Luiz
Agenda cristã — André Luiz

Vigiemos

 


Céu x Inferno

 Céu X Inferno

"Um homem, seu cavalo e seu cão, caminhavam por uma estrada. Depois de muito caminhar, esse homem se deu conta de que ele, seu cavalo e seu cão haviam morrido num acidente.
Às vezes os mortos levam tempo para se dar conta de sua nova condição...
A caminhada era muito longa, morro acima, o sol era forte e eles ficaram suados e com muita sede.
Precisavam desesperadamente de água. Numa curva do caminho, avistaram um portão todo magnífico, todo de mármore, que conduzia a uma praça calçada com blocos de ouro, no centro da qual havia uma fonte de onde jorrava água cristalina.
O caminhante dirigiu-se ao homem que numa guarita, guardava a entrada.
- Bom dia, ele disse.
- Bom dia, respondeu o homem.
- Que lugar é este, tão lindo? ele perguntou.
- Isto aqui é o céu, foi a resposta..
- Que bom que nós chegamos ao céu, estamos com muita sede, disse o homem.
- O senhor pode entrar e beber água à vontade, disse o guarda, indicando-lhe a fonte.
- Meu cavalo e meu cachorro também estão com sede.
- Lamento muito, disse o guarda.* Aqui não se permite a entrada de animais.
O homem ficou muito desapontado porque sua sede era grande. Mas ele não beberia, deixando seus amigos com sede. Assim, prosseguiu seu caminho.
Depois de muito caminharem morro acima, com sede e cansaço multiplicados, ele chegou a um sítio, cuja entrada era marcada por uma porteira velha semi aberta. A porteira se abria para um caminho de terra, com árvores dos dois lados que lhe faziam sombra. À sombra de uma das árvores, um homem estava deitado, cabeça coberta com um chapéu, parecia que estava dormindo:
- Bom dia, disse o caminhante.
- Bom dia, disse o homem.
- Estamos com muita sede, eu, meu cavalo e meu cachorro.
- Há uma fonte naquelas pedras, disse o homem e indicando o lugar.
- Podem beber à vontade. O homem, o cavalo e o cachorro foram até a fonte e mataram a sede.
- Muito obrigado, ele disse ao sair.
- Voltem quando quiserem, respondeu o homem.
- A propósito, disse o caminhante, qual é o nome deste lugar?
- Céu, respondeu o homem.
- Céu? Mas o homem na guarita ao lado do portão de mármore disse que lá era o céu!
- Aquilo não é o céu, aquilo é o inferno.
- O caminhante ficou perplexo.
- Mas então, disse ele, essa informação falsa deve causar grandes confusões.
- De forma alguma, respondeu o homem. Na verdade, eles nos fazem um grande favor. Porque lá ficam aqueles que são capazes de abandonar até seus melhores amigos..."

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

 Por Onde Fores

 

Procura ver, além das formas, e ouvir acima das palavras, a fim de que aprendas a auxiliar.

Sob o espinheiro da irritação de um amigo, estará provavelmente um problema doloroso que desconheces.

Na base da resposta contundente de interlocutor determinado, a quem pediste cooperação e bondade, se esconde profundo pesar, prestes a se exprimir em aguaceiro de lágrimas.

No fundo da agressividade imprevista de um companheiro, do qual esperavas a frase dor'>consoladora que te arredasse das próprias inquietações permanece talvez um sofrimento maior que o teu.

E nas vozes que te pareçam inconvenientes, por demasiado extrovertidas e inoportunas, possivelmente se ocultam telas de angustia que, se expostas de improviso, te gelariam o coração.

Atende as tarefas que a vida te reservou e, sobretudo, empenha-te a entender, a fim de não reprovar.

No plano Terrestre, os chamados felizes suportam responsabilidades que se lhes afiguram algemas de cativeiro e muitos daqueles apontados por detentores de privilégios são criaturas chamadas à sustentação das atividades de outras muitas, trabalhando numa cela dourada por fora, mas encharcada por dentro pelo pranto da solidão.

Segue na estrada dos deveres que te foram assinalados, abençoando e amando sempre.

No mundo, somos todos viajores ante as rotas do tempo, em busca de aperfeiçoamento espiritual.

As tribulações que hoje marcam a senda dos outros, amanha talvez sejam também nossas.

Reflete na Bondade Infinita de Deus e caminha.

Por onde fores, carrega contigo a benção do entendimento e a luz da compaixão.

 

MEIMEI.

 SÓCRATES

 

Seu nome em grego é Sokrátes. Sua cidade natal foi Atenas, no ano de 469 a.C., tendo nascido filho de um escultor, de nome Sofronisco e de uma parteira, Fenarete.

Fisicamente, era considerado feio, com seu nariz achatado, olhos esbugalhados, uma calva enorme, rosto pequeno, estômago saliente e uma longa barba crespa.

Casou-se com Xantipa e teve três filhos, mas dizem que trabalhava apenas o necessário para que a família não viesse a perecer de fome.

Tendo sido proclamado pelo oráculo de Delfos como o mais sábio dos homens, Sócrates passou a se incumbir de converter os seus concidadãos à sabedoria e à virtude. Considerava-se protegido por um daimon, gênio, demônio, Espírito, cuja voz, afirmava, desde a infância o aconselhava a se afastar do mal.

Não tinha propriamente uma escola, mas um círculo de familiares, discípulos com os quais se encontrava, de preferência no ginásio do Liceu. Em verdade, onde quer que se encontrasse, na casa de amigos, no ginásio, na praça pública, interrogava os seus interlocutores a respeito das coisas que, por hipótese, deveriam saber, fossem eles um adolescente, um escravo, um futuro político, um militar, uma cortesã ou sofistas.

Dessa forma, conclui que eles não sabem o que julgam saber e, o que é mais grave, não sabem que não sabem. Por sua vez, ele, Sócrates, não sabe mas sabe que não sabe.

Era considerado um homem corajoso e de muita resistência física. Todos se recordavam de como ele, sozinho, enfrentara a histeria coletiva que se seguira à batalha naval de Arginusas, quando dez generais foram condenados à morte por não terem salvo soldados que estavam a se afogar.

Ele ensinava que a boa conduta era aquela controlada pelo Espírito e que as virtudes consistiam na predominância da razão sobre os sentimentos. Introduziu a ideia de definir os termos, pois, antes de se começar a falar, era preciso saber sobre o que é que se estava falando.

Para Sócrates, a virtude supõe o conhecimento racional do bem. Para fazer o bem, basta, portanto, conhecê-lo. Todos os homens procuram a felicidade, quer dizer, o bem, e o vício não passa de ignorância, pois ninguém pode fazer o mal voluntariamente.

Foi denunciado como subversivo, por não acreditar nos deuses da cidade, e também corruptor da mocidade. Não se sabe exatamente o que os seus acusadores pretendiam dizer, mas o certo é que os moços o amavam e o seguiam. O convite a pensar por si mesmos atraía os jovens e talvez fosse isso que temessem pais e políticos. Ocorreu também que um dos seus discípulos, de nome Alcibíades, durante a guerra com Esparta, tinha se passado para o lado do inimigo. Embora a culpa não fosse de Sócrates, pois a decisão fora pessoal, Atenas buscava culpados.

Foi julgado por um tribunal popular de 501 cidadãos e condenado à morte. Poderia ter recorrido da sentença e, com certeza, receber uma pena mais branda. Entretanto, racional como era, afirmou aos discípulos que o visitaram na prisão:

Uma das coisas em que acredito é no reinado da lei. Bom cidadão, como eu tantas vezes vos tenho dito, é aquele que obedece às leis de sua cidade. As leis de Atenas condenaram-me à morte, e a inferência lógica é que, como bom cidadão, eu deva morrer.

É Platão quem descreve a morte do seu mestre, no diálogo Fédon. Sócrates passou esta noite a discutir filosofia com seus jovens amigos. O tema, Haverá uma outra vida depois da morte?

Embora fosse morrer em poucas horas, discutiu sem paixão sobre as probabilidades de uma vida futura, ouvindo mesmo as objeções dos discípulos que eram contrários à sua própria opinião.

Quando o carcereiro lhe apresentou a taça de veneno, em tom calmo e prático, Sócrates lhe disse:

Agora, você que entende dessas coisas, diga-me o que fazer.

Beba a cicuta, depois levante-se e passeie até sentir as pernas pesadas, respondeu o carcereiro. Então, deite-se, e o torpor subirá para o coração.

Sócrates a tudo obedeceu. Como os amigos chorassem e soluçassem muito, ele os censurou. Seu último pensamento foi de uma pequena dívida que havia esquecido. Afastou a coberta que lhe haviam colocado sobre o rosto e pediu:

Crito, devo um galo a Esculápio... Providencie para que a dívida seja paga.

Fechou os olhos e cobriu novamente o rosto. Quando Crito tornou a lhe indagar se tinha outras recomendações a fazer, ele não mais respondeu.

Havia penetrado o mundo dos Espíritos. Era o ano 399 a.C.

Sócrates nada escreveu e sua doutrina somente nos chegou pelos escritos de seu discípulo Platão. Ambos, mestre e discípulo, são considerados precursores da ideia cristã e do Espiritismo, tendo o Codificador dedicado as páginas da introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo para esse detalhamento.

O nome de Sócrates se encontra especialmente em Prolegômenos de O Livro dos Espíritos, logo após o de O Espírito da Verdade, seguido de Platão. Ainda encontramos seus comentários aos itens 197 e 198 de O Livro dos Médiuns, no capítulo que trata dos médiuns especiais, demonstrando que o trabalhador verdadeiro não cessa suas atividades, embora a morte do corpo fisico e que, afinal, somos verdadeiramente uma só e única família universal: Espíritos e homens, envidando esforços para o atingimento da Perfeição.

 

Fonte:

1. Enciclopédia Mirador Internacional, v. 19.

2. Grandes vidas, grandes obras, Seleções Reader's Digest, 1968.

Em 20.4.2020

 Saber escolher os nossos tesouros

 

“Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração."

- Jesus (Mateus 6:19-21.)

 

Imprescindível se torna que tenhamos plena consciência dos nossos objetivos na presente existência.

Ninguém renasce aqui na Terra, em novo e oportuno processo reencarnatório, sem proposta alguma. A meta de todas as criaturas, com mais ou menos maturidade, sempre será o encontro com a paz e a felicidade, objetivos ainda não atingidos, mas em via de realização, mediante os esforços que empreendermos.

As sábias leis divinas permitem que tenhamos a liberdade de escolha e de decisões. Cada um de nós é livre para deliberar sobre as ações que desejamos impetrar, cabendo, obviamente, a obrigatoriedade de recolher o reflexo que virá de cada atitude tomada. Daí, certamente, a importância das escolhas.

Adverte Jesus que “onde estiver o nosso tesouro, aí estará também o nosso coração”, informando que a nossa vida estará atrelada aos nossos desejos, anseios e vocações. Sendo eles ajustados aos moldes do equilíbrio, da decência e da dignidade, nada temos a temer.

No entanto, agindo na indiferença ou na inconsequência das escolhas, muito provavelmente encontremos problemas e aflições pelo caminho.

Nunca devemos olvidar que somos compostos por duas naturezas; a física e a espiritual. Temos obrigações inadiáveis para com a vida material, e sérias responsabilidades com a vida espiritual.

Mesmo sendo difícil, o importante para o nosso bem-estar e serenidade será encontrar uma linha de equilíbrio entre as duas naturezas. Pouco vai adiantar estar bem espiritualmente ocupando um corpo doente ou possuir um organismo físico saudável estando desequilibrado em Espírito.

Com frequência, temos necessidades de refletir sobre a forma e a maneira como estamos conduzindo os nossos dias na presente encarnação, tendo em vista extrairmos o máximo proveito das experiências que a vida nos oferta.

Jesus, num dado momento da sua gloriosa passagem pela Terra, peremptoriamente afirmou: “eu venci o mundo” (João, 16:33), como que a nos esclarecer sobre as reais necessidades de agregarmos valores definitivos, mesmo vivendo de passagem por este planeta, pois que a verdadeira vida é a espiritual.

E, para a espiritual, somente conseguiremos levar os valores reais e as conquistas indestrutíveis, como a caridade, a fraternidade, a paciência, o desapego dos bens materiais, o amor, a compreensão, a tolerância, a gentileza, a educação etc...

Assim, coloquemos o nosso tesouro nas virtudes mencionadas e junto delas estará o nosso coração, recheado de tranquilidade, esperanças e otimismo.

Obviamente, Jesus Cristo, por certo, não espera que vivamos uma vida santificada, pois que ainda somos Espíritos a caminho da perfeição, mas aguarda pelos nossos esforços na direção da prosperidade espiritual, condição imprescindível para que logremos encontrar a paz que sonhamos e a felicidade que buscamos avidamente.

Para tanto é indispensável que saibamos escolher os nossos tesouros.

Reflitamos...

       

 O Consolador

 Revista Semanal de Divulgação Espírita

 O jardineiro

 

Um dia, o executivo de uma grande empresa contratou, pelo telefone, um jardineiro autônomo para fazer a manutenção do seu jardim.

Chegando em casa, o executivo viu que era um garoto de apenas quinze ou dezesseis anos de idade. Contudo, como já estava contratado, ele pediu para que o garoto executasse o serviço.

Quando terminou, o garoto solicitou ao dono da casa permissão para utilizar o telefone e o executivo não pôde deixar de ouvir a conversa.

O garoto ligou para uma mulher e perguntou:

A senhora está precisando de um jardineiro?

Não. Eu já tenho um, foi a resposta.

Mas, além de aparar a grama, frisou o garoto, eu também tiro o lixo.

Nada demais, retrucou a senhora, do outro lado da linha. O meu jardineiro também faz isso.

O garoto insistiu: Eu limpo e lubrifico todas as ferramentas no final do serviço.

O meu jardineiro também, tornou a falar a senhora.

Eu faço a programação de atendimento, o mais rápido possível.

Bom, o meu jardineiro também me atende prontamente. Nunca me deixa esperando. Nunca se atrasa.

Numa última tentativa, o menino arriscou: O meu preço é um dos melhores.

Não, disse firme a voz ao telefone. Muito obrigada! O preço do meu jardineiro também é muito bom.

Desligado o telefone, o executivo disse ao jardineiro:

Meu rapaz, você perdeu um cliente.

Claro que não, foi a resposta rápida. Eu sou o jardineiro dela. Fiz isso apenas para medir o quanto ela estava satisfeita comigo.

*   *   *

Em se falando do jardim das afeições, quantos de nós teríamos a coragem de fazer a pesquisa desse jardineiro?

E, se fizéssemos, qual seria o resultado? Será que alcançaríamos o grau de satisfação da cliente do pequeno jardineiro?

Será que temos, sempre em tempo oportuno e preciso, aparado as arestas dos azedumes e dos pequenos mal-entendidos?

Estamos permitindo que se acumule o lixo das mágoas e da indiferença nos canteiros onde deveriam se concentrar as flores da afeição mais pura?

Temos lubrificado, diariamente, as ferramentas da gentileza, da simpatia entre os nossos amores, atendendo as suas necessidades e carências, com presteza?

E, por fim, qual tem sido o nosso preço? Temos usado chantagem ou, como o jardineiro sábio, cuidamos das mudinhas das afeições com carinho e as deixamos florescer, sem sufocá-las?

*   *   *

O amor floresce nos pequenos detalhes. Como gotas de chuva que umedecem o solo ou como o sol abundante que se faz generoso, distribuindo seu calor.

A gentileza, a simpatia, o respeito são detalhes de suma importância para que a florescência do amor seja plena e frutifique em felicidade.

(Desconheço o autor

 A LENDA DAS TRÊS ÁRVORES

 

Numa reunião de Espíritos, pediram ao velho Simão Abileno que falasse sobre a resposta de Deus às nossas preces.

Ele então, que era mestre na arte de contar histórias, repetiu uma antiga lenda, que faz parte dos contos populares de muitos países, e que diz assim . . .

“Num grande bosque da Ásia Menor, três árvores ainda jovens pediram a Deus que lhes desse destinos importantes e diferentes.

- A primeira queria que sua madeira fosse empregada no trono do mais alto soberano da Terra.

- Depois de ouvi-la, a segunda pediu para ser usada na construção do carro que transportaria os tesouros desse poderoso rei.

- E a terceira desejou ser transformada numa torre, nos domínios do mesmo rei, para mostrar o caminho do Céu.

Quando terminaram de dizer suas preces, Deus enviou à mata um mensageiro seu, para que elas soubessem que seus pedidos seriam atendidos.

Passado muito tempo, quando elas já estavam crescidas, vieram alguns lenhadores e derrubaram as três árvores, deixando muito triste as árvores vizinhas.

Elas foram arrastadas para fora do bosque. Perderam seus galhos, folhas e raízes, mas não perderam a fé nas promessas do Criador.

E se deixaram conduzir, com paciência e humildade . . .

Mas elas jamais podiam imaginar o que veio a acontecer, depois de muitas viagens!

A primeira árvore caiu nas mãos de um criador de animais, que mandou transformá-la num grande cocho, para seus carneiros

A segunda foi comprada por um construtor de barcos.

A terceira foi recolhida à cela de uma prisão, para ser aproveitada futuramente.

As três árvores, mesmo separadas e em grande sofrimento, continuaram acreditando nas palavras do mensageiro celeste.

No bosque, porém, as outras plantas haviam perdido a fé no valor das preces.

E elas ficaram surpresas em saber que, muitos anos mais tarde, as três árvores foram atendidas em seus desejos . . .

A primeira que queria ser transformada no trono do mais alto soberano da Terra, transformou-se num cocho, que mais tarde foi forrada com panos singelos e serviu de berço para Jesus recém-nascido.

A segunda que queria ser transformada num carro que transportaria os tesouros desse rei, foi transformada num barco de pescadores, onde Jesus transmitiu sobre as águas, os mais belos ensinamentos.

A terceira árvore, que queria ser transformada numa torre nos domínios do mesmo rei, para mostrar o caminho do céu, foi transformada numa cruz, seguiu junto o Mestre para o Gólgota (calvário).

E assim, indicava o verdadeiro caminho do Reino de Deus.

Terminada a narrativa, Simão silenciou comovido.

Depois de uma pausa, com lágrimas nos olhos, ele concluiu:

- Em verdade, meus amigos, todos nós podemos dirigir a Deus as preces mais diversas, em qualquer parte e em qualquer tempo. No entanto, todos precisamos cultivar paciência e humildade, para esperar e compreender as respostas de Deus.

Adaptação de uma crônica do Irmão X, do livro “Cartas e Crônicas.”

 Auxílio no Além


Recordai que a vida é sempre a vida em toda parte.

E se, na existência física, defendeis a segurança daqueles que vos merecem carinho, não menoscabeis a possibilidade de auxiliá-los, além da morte.

Na Terra, toda uma rede de ternura afetiva nos enlaça uns aos outros.

Medicais o filhinho doente.

Socorreis o pai enfermo.

Fazeis silêncio em torno do amigo que se rendeu ao próprio desequilíbrio.

Socorreis o companheiro caído no labirinto da angústia.

Respeitais a alma querida que se arremessou desvãos da sombra e compreendeis a dor que vos rodeiam entre espinhos e impedimentos.

Não julgueis que o túmulo represente miraculosa passagem, quando a morte apenas desnuda a consciência para as realidades da vida.

Não exijais da criatura que vos precedeu na Grande Viagem demonstrações de entendimento que ainda não construiu em si mesma ou revelações estranhas ao seu modo de ser.

Lembrai-vos de que, além do sepulcro, o desesperado não se reconforta de improviso, o doente não se cura de imediato, o ignorante não pode senhorear a sabedoria sem a educação de si próprio e o delinquente, não consegue resgatar-se, de inopino, à frente da justiça.

Somos o que somos, incapazes de trair o espírito de seqüência que preside todos os passos da natureza.

Aprendei a cultivar o auxílio aos vivos da Espiritualidade, injustamente julgados mortos no mundo, através da coragem no bem, da serenidade no trabalho e da paciência ante os desígnios da Providência Divina.

Recordai que o pensamento é o fio claro vivo entre a vanguarda dos que partem e a retaguarda dos que ficam.

E se sabeis que a onda de televisão, não erra o alvo a que se destina, a onda mental possui exato endereço, mantendo entre o vosso caminho terrestre e o caminho espiritual dos que vos antecedem na jornada renovadora o perfeito noticiário do coração.

Não condeneis o companheiro que se despede na morte ao esquecimento ou à lamentação, à crítica ou ao desespero.

Guardai a certeza de que os vossos mínimos pensamentos são registrados e ouvidos e, assim como os vivos do Mais Além hoje vos pedem auxílio, no futuro, sereis os viajores da frente, rogando socorro aos homens da Terra que podemos.

(Emmanuel)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

 Traço do Cirineu

O Senhor carregava a cruz dificilmente...
A sentença cruel, afinal, se cumpria.
Liberto Barrabás, Jesus no mesmo dia,

Era levado à morte, ante a ironia
Do fanatismo deprimente...

Brados, altercações, zombaria, algazarra....
O Excelso Benfeitor, no lenho a que se agarra,
Curva-se de fadiga, arrasta-se, tressua,
Escutando em silêncio os palavrões da rua.

O cortejo prossegue... O Cristo, passo em passo,
Por um momento só, exânime fraqueja;
Ajoelha-se e cai, vencido de cansaço.
O povo exige a marcha, excede-se, pragueja....

Nisso, um campônio vem da gleba com que lida.
É Simão de Cirene, homem simples e forte.
Um meirinho lhe pede apoio na subida,
Deve prestar auxílio ao condenado à morte...

_ “Como, senhor? Não posso!...” – exclama o interpelado,
_ “Tenho pressa!” No entanto, o funcionário insano
Grita-lhe em rosto: _ “Cão, obedece ao chamado!...”
E mostra-lhe o rebenque a gesto desumano...

Casado, o lavrador atende e silencia,
Toma parte da cruz sobre o ombro robusto,
Fita o Mestre cansado e o suor que o cobria...
A turba escala o monte e alcança o topo a custo.

Contemplando Jesus, por fim, deposto o lenho,
Diz-lhe Simão: _ “Senhor, achava-me apressado...
A filha cega e muda é o tesouro que eu tenho,
Não queria ferir-te o peito atribulado.

Perdoa, se aleguei a urgência em que me via...
É o coração de pai que falava a chorar...
Sei que estás inocente, ampara-me, alivia
A dor que me avassala e me atormenta o lar...”

Jesus endereçou-lhe um aceno de ternura,
Em meio a multidão, apupado, sozinho
E acentuou: _ “Simão, guarda a fé que te apura,
Todo o bem que se faz é uma luz no caminho.”

O cireneu, de volta, acha a enorme surpresa...
Fala-lhe a filha: - “oh, pai, uma luz veio a mim,
Agora vejo e falo, acabou-se a tristeza,
Tenho a impressão que a Terra é um formoso Jardim!...”

Simão chora, lembrando a cruz que traz na mente
E reconhece o bem por divino troféu,
Que mesmo praticado involuntariamente
É uma força atraindo a intercessão do Céu!...

Maria Dolores

 O maior problema

 

1. O homem é o centro. O mundo é a periferia.

2. Todas as questões políticas e administrativas, todos os enigmas sociológicos e passionais, que espalham na Terra as mais constrangedoras crises de espírito, dependem da solução de um problema único para serem convenientemente decifrados — o problema do reajuste da nossa própria alma ante as Leis Divinas.

3. Não há um Mestre ausente da escola do mundo, mas sim aprendizes que fogem indefinidamente à lição.

4. O Senhor não menospreza os tutelados que lhe aguardam a proteção, mas como atender ao impositivo da comunhão se nos afastamos, sistematicamente, d’Aquele que é a luz de nossos destinos?

5. Pulverizemos as cristalizações de egoísmo e orgulho, vaidade e revolta que nos inibem a visão espiritual.

6. Desatulhemos o santuário íntimo, ocupado por inutilidades e ilusões e a luz divina penetrar-nos-á o coração, determinando novas atitudes à vida consciencial.

7. Somos, ainda, em nosso estado evolutivo, quando confrontados com a Inteligência Perfeita que nos rege, humildes seres pensantes.

8. Ante a grandeza do Universo, as nossas limitações são comparáveis às que separam o verme da estrela.

9. Como penetrar nos domínios de Deus quando nos demoramos imanizados à sombria concha do “eu?”

10. Com que títulos exigir novos Planos do Amor Divino, se ainda permanecemos em continuada recapitulação dos primários mandamentos da justiça humana?

11. Barro nas mãos sábias do oleiro, peçamos ao Senhor nos ajude a suportar o fogo das experiências dolorosas e necessárias, a fim de que nosso espírito adquira a luz indispensável para refletir a Eterna Sabedoria e, então, depois de liquidado o escuro problema que somos nós, em nós mesmos, será lícito esperar, no mundo de nossa alma, a luz da Alvorada Nova.

Assim vencerás — Emmanuel

"Não se perturbe o teu coração. – Crê em Deus..."

O lar

Que as bençãos do Pai de Amor e Bondade sejam presentes na vida de cada um de nós. Que o Mestre Jesus consiga penetrar em nossos corações, t...