segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Falsos profetas


Falsos Profetas

Caracterizam-se pelo verbalismo exagerado, quando utilizando a instrumentalidade mediúnica. Em arroubos dourados comentam, prolixos, os mais variados temas, não obstante chegarem a conclusão nenhuma. Cultores da própria vaidade, comprazem-se em estimular o fanatismo exacerbado, utilizando a palavra com habilidade, através de cujo recurso encorajam os sentimentos infelizes do orgulho entre os seus ouvintes, cumulando-os de referências pomposas embora vazias de significação. Quando se lhes solicitam esclarecimento ou permitem interrogações à cata de informes com os quais seja possível aquilatar-lhes a evolução, rebelam-se ferozes, dizendo-se feridos nos valores que a si se atribuem, traindo a inferioridade em que se demoram.

Arrogantes, estimam a ignorância presunçosa dominadores e arbitrários, com altas doses de empáfia com que se jactam guias e condutores. Outras vezes arremetem-se pela seara do profetismo sensacionalista, enveredando pelo terreno das fantasias, tão do gosto da frivolidade ou da ingenuidade de grande cópia das criaturas humanas. Tecem comentários vastos sobre a vida em outros planetas, discorrendo, levianos, temas controvertidos nos quais, sejam quais forem as conclusões da honesta investigação do futuro, dispõem de válvulas para escapatórias vulgares. Pseudo-sábios conforme os denominou o Codificador do Espiritismo, quando se percebem suspeitos ante os que os ouvem, não se constrangem de utilizar nomes que exornaram personalidades históricas, sábios ou santos para melhor enganarem os espíritos invigilantes, embora encarnados, que se comprazem na ilusão, distantes da responsabilidade pessoal e intransferível da tarefa de renovação interior.

Falsos profetas da Erraticidade, que são!

A desencarnação não os modificou -

Amantes da ficção e sócios da mentira, quando no corpo somático, prosseguem no engôdo a que se permitiram arrastar, sintonizando com outras mentes ociosas do plano físico, a que se vinculam, dando prosseguimento aos programas infelizes que lhes apraz.

Fáceis de identificar, devem evangelicamente receber instrução, advertidos e reprochados fraternalmente.

Às vezes, investem contra grupos respeitáveis, testando a excelência moral dos componentes da atividade espírita em começo - Precipitados, todavia, logo desvelam os propósitos que os inspiram.

Também os há no plano físico.

Zelosos, passam como fiscais do labor alheio, preocupados em encontrar em tudo e em todos mistificações e mistificadores, com que traem o estado Íntimo - Acreditam-se encarregados de guardar a Verdade e somente eles a possuem em mais altas expressões, descuidando, como é natural, do próprio comportamento, revelando, assim, nas atitudes apaixonadas e nas posições inamovíveis a que se fixam, a condição de espíritos atormentados, companheiros atormentadores.
Confiam nas forças que supõem possuir, jactanciosos, esquecidos de que a Vinha pertence ao Senhor que labora incessantemente.
Preocupados em descobrir falhas e engodos descuram a atividade nobre de ensinar corretamente, relegando como deveriam os irresponsáveis à Lei que deles se encarregará, fiscalizando-se com maior serenidade, a benefício da Causa ou das Ideias que dizem defender.
Expressam uma classe especial de falsos profetas - são os novos zelotes.

A mentira, porém, de qualquer procedência, não resiste ao tempo, nem à meridiana luz da autenticidade.
Os que mentem, encarnados ou desencarnados, não desacreditam a verdade: iludem-se, perturbando-se, em decorrência das atitudes e conceitos cultivados.
Por essa razão, ama tu a atitude correta, ora e vigia, para que não sejas vítima daqueles espíritos atormentados e enganadores do Além - Da mesma forma não te faças acusador de ninguém, antes impõe-te a tarefa de proceder com retidão, ensinar com segurança doutrinária e servir sempre, pois que o Senhor até hoje trabalha, sem a excessiva preocupação de eliminar do campo os maus trabalhadores aos quais concede Ele oportunidade e oportunidades, por não desejar que ovelha alguma que o Pai lhe confiou se perca, mas antes seja salva.

"Meus bem-amados, NÃO CREAIS EM QUALQUER ESPÍRITO; experimentai se os Espíritos são de Deus, porquanto muitos falsos profetas se têm levantado no mundo". São João, Epístola 1ª, Capítulo 4º, versículo 1.

"O Espiritismo revela outra categoria bem mais perigosa de falsos Cristos e de falsos profetas, que se encontram, não entre os homens, mas entre os desencarnados: a dos Espíritos enganadores, hipócritas, orgulhosos e pseudo-sábios, que passaram da Terra para a erraticidade e tomam nomes venerados para, sob a máscara de que se cobrem, facilitarem a aceitação das mais singulares e absurdas ideias". Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 21º - Item 7, parágrafo 2.

FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 55.

O Fenômeno de Hydesville


Os Fenômenos de Hydesville.

Os fenômenos de Hydesville, ocorridos na casa da família Fox, abriram caminho para o advento do Espiritismo.
Em 11 de Dezembro de 1847, John Fox, pertencente à igreja Metodista, mudou-se para uma pequena casa de madeira no lugarejo de Hydesville, situada cerca de vinte milhas de Rochester, cidade do condado de Wayne, estado de Nova York.
John era fazendeiro e com sua família, que se compunha, além da esposa Margareth Fox, de mais três filhas: Katherine, ou Katie ou Kate de onze anos; Margareth, de quatorze, e, Leah, que residia em Rochester, onde lecionava música.
No ano seguinte, isto é, em 1848, mais exatamente na noite de 28 de março, as meninas começaram a ouvir estranhos ruídos e arranhões nas paredes, que se foram intensificando, cada vez mais ao ponto da família Fox não ter mais sossego dentro de casa. Esses "raps" , como foram denominados mais tarde, começaram a ser notados, com mais frequência. Com o decorrer dos dias, os fenômenos começaram a se tornar mais complexos: os objetos se deslocavam, tudo se mexia e estremecia, havia explosões de sons fortes. As meninas diante de tanto barulho ficaram tão alarmadas que não queriam mais dormir sozinhas.
Nas três noites seguidas, até 31 de março de 1.848, os fenômenos se repetiram intensamente, impedindo que os Fox conciliassem o sono. John Fox deu buscas completas pelo interior e pelo exterior da casa, mas nada encontrou que explicasse as ocorrências.
Finalmente, na noite de 31 de Março de 1848, houve uma saraivada de sons muito altos e continuados. Kate Fox, na sua inocência de criança, desafiou a força invisível para que repetisse os estalos de seus dedos, no que foi imitada. Kate, batendo com os dedos sobre um móvel, exclamava, em direção ao ponto onde os ruídos eram mais constantes: "Vamos Old Splitfood, faça o que eu faço". Prontamente as pancadas do "desconhecido" se fizeram ouvir, em igual número, e paravam quando a menina também parava.
Margareth brincando disse: " Agora faça o mesmo que eu: conte um, dois, três, quatro, e ao mesmo tempo dava pequenas pancadas com os dedos. Foi-lhe plenamente satisfeito esse pedido, deixando a todos estupefatos e com muito medo".
As meninas supunham tratar-se do demônio, por isso que o chamavam de "Mr. Splitfood", ou Sr. pé fendido , que corresponde a "pé de bode".
Depois sua mãe, que acompanhava o episódio, teve a ideia de fazer algumas perguntas; pediu que fosse indicado, por meios de pancadas, a idade de suas filhas. As resposta, corretas, não tardaram. E depois de um diálogo entre sons e golpes, estava assim estabelecida a telegrafia espiritual, naquela memorável noite de 31 de Março de 1848.
Naquela mesma noite, desejando que o fenômeno fosse testemunhado por outras pessoas, a família Fox chamou alguns vizinhos, que também fizeram perguntas e receberam respostas, por meio das batidas.
Esses acontecimentos se tornaram conhecidos de toda a localidade.
Um Sr. Chamado Mr. Deusler, idealizou um alfabeto, para poderem traduzir as pancadas e compreenderem o que dizia o batedor invisível, sendo que então ele contou a sua história:
Chamava-se Charles B. Rosma; fora um vendedor ambulante e, hospedado naquela casa, cinco anos antes, pelo casal Bell, foi ali assassinado; A finalidade do crime foi para roubar as mercadorias e o dinheiro que trazia, e que o seu corpo fora sepultado no porão.
Em busca no local indicado, lá encontraram tábuas, alcatrão, cal, cabelos, utensílios, mas não o esqueleto.
Uma criada dos Bells, chamada Lucrécia Pulver, declara que viu o vendedor e o descreve; diz que ele chegara à casa e comenta do seu misterioso desaparecimento. Uma vez, descendo à adega, seu pé enterrou-se num buraco e, como dissesse isso ao patrão, ele explicou que deviam ser ratos e foi, apressadamente, fazer os necessários reparos. Ela vira nas mãos dos patrões objetos da caixa do ambulante.

Arthur Conan Doyle, no seu Livro "História do Espiritismo", relata que 56 anos depois foi descoberto que alguém fora enterrado na adega da casa dos Fox. Ao ruir uma parede, crianças que pôr ali brincavam, descobriram um esqueleto. Os Bells, para maior segurança, haviam emparedado o corpo, na adega, aonde inicialmente o haviam enterrado.
Em 23 de novembro de 1.904, o "Boston Journal" noticiava que o esqueleto do homem que possivelmente produziu as batidas, ouvidas inicialmente pelas irmãs Fox, em 1.848, fora encontrado e as mesmas estavam, portanto, eximidas de qualquer dúvida com respeito à sinceridade delas na descoberta da comunicação dos Espíritos.
Diversas comissões se formaram na época dos acontecimentos com a finalidade de estudar os estranhos fenômenos e desmascarar a fraude atribuída às Fox. Verificou-se que eles ocorriam na presença das meninas; atribuiu-se-lhes o poder da mediunidade. Nenhuma comissão, todavia, conseguiu demonstrar que se tratava de fraude. Os fatos eram absolutamente verídicos embora tivessem submetido as meninas aos mais rigorosos e severos exames, atingindo, as vezes, as raias da brutalidade.
As irmãs Fox foram pressionadas. A Igreja as excomungou como pactuantes com o demônio. Foram acusadas de embusteiras, e ameaçadas fisicamente diversas vezes.
Em 1.888, ao comemorar os 40 anos dos fenômenos de Hydesville, Margareth Fox, iludida pôr promessas de favores pecuniários pelo Cardeal Maning, faz publicar uma reportagem no "New York Herald" em que afirma que os fenômenos que realizaram eram fraudulentos. Todavia, no ano seguinte, arrependida, reúne grande público no salão de música de New York e retrata-se de suas declarações anteriores, não só afirmando que os fenômenos de Hydesville eram reais, como provocando ainda uma série de fenômenos de efeitos físicos no salão repleto.

A retratação foi publicada na época. Consta da Light e do jornal americano, New York Press, de 20 de maio de 1.889.

Comunicação com os Espíritos


Allan Kardec - O Principiante Espírita

Primeira Parte
Noções de Espiritismo
Noções preliminares

1. É engano pensar que, para se convencerem, basta aos incrédulos o testemunho dos fenômenos extraordinários. Aqueles que não admitem a existência da alma, ou Espírito, no homem, também não o admitem fora do homem. Assim, negam a causa e, em consequência, negam os efeitos. Via de regra têm uma ideia preconcebida e um propósito negativo, que impossibilita a observação exata e imparcial. Com isso levantam problemas e objeções que não podem ser respondidas de modo completo porque cada uma delas exigiria como que um curso, em que as coisas fossem expostas desde o princípio.
Como essas objeções derivam, em grande parte, do desconhecimento das causas dos fenômenos e das condições em que os mesmos se verificam, um estudo prévio teria a vantagem de as eliminar.
2. Imaginam os desconhecedores do Espiritismo que os fenômenos espíritas podem ser produzidos do mesmo modo que as experiências de Física ou de Química. Por isso pretendem submetê-los à sua vontade e se recusam colocar-se nas condições exigidas para poder observá-los.

Os Espíritos
20. O fim do Espiritismo é demonstrar e estudar a manifestação dos Espíritos, as suas faculdades, a sua situação feliz ou infeliz, o seu porvir. Numa palavra, a sua finalidade é o conhecimento do mundo espiritual.
Evidenciadas essas manifestações, conduzem à prova irrefragável da existência da alma, da sua sobrevivência ao corpo, da sua individualidade após a morte, isto é, da vida futura. Assim, é ele a negação das doutrinas materialistas, não só mediante o raciocínio, mas, e principalmente, pelos fatos.

Comunicação com o mundo invisível
22. Desde que sejam admitidas a existência, a sobrevivência e a individualidade da alma, reduz-se o Espiritismo a uma questão principal: “Serão possíveis às comunicações entre as almas e os homens?”
A experiência demonstrou tal possibilidade. Estabelecido o fato das relações entre o mundo visível e o invisível, conhecidos a natureza, o princípio e a maneira dessas relações, abriu-se novo campo à observação e foi encontrada a chave de inúmeros problemas. Eliminando a dúvida sobre o futuro, é o Espiritismo um poderoso elemento de moralização.
Qualidades dos médiuns
79. A faculdade mediúnica é uma propriedade orgânica; não depende das qualidades morais do médium; mostrasse-nos em diversos graus da escala moral. O mesmo não se dá, entretanto, com a preferência que os bons Espíritos dão aos médiuns.

Contradições
99. Há dois meios para fixar as ideias sobre as questões duvidosas. O primeiro é submeter todas as comunicações ao severo exame da razão, do bom-senso e da lógica; é a recomendação feita por todos os bons Espíritos, mas a que fogem os maus, pois sabem
que só terão a perder com um exame severo. Por essa razão evitam a discussão e querem ser acreditados sob palavra.
O segundo critério da verdade está na concordância do ensino. Quando o mesmo princípio é ensinado em vários lugares, por Espíritos diversos e médiuns que reciprocamente se desconhecem, que não se acham debaixo das mesmas influências, pode-se concluir que ele mais se aproxima da verdade do que o que deriva de uma fonte única e é contraditado pela maioria.

Consequências do Espiritismo
100. Ante a incerteza das revelações feitas pelos Espíritos, perguntar-se-á: Então, para que serve o estudo do Espiritismo?
Para provar materialmente a existência do mundo espiritual. Sendo este formado pelas almas dos que viveram, daí decorre a prova da existência da alma e da sua sobrevivência ao corpo. Manifestando-se, manifestam as almas, do mesmo passo, alegria ou sofrimento, conforme a maneira por que viveram a vida terrena. Daí a prova das penas e recompensas futuras. Quando nos descrevem o seu estado ou a sua situação, as almas ou Espíritos corrigem as falsas ideias que faziam da vida futura e, sobretudo, da natureza e da duração de suas penas. Assim, a vida futura passa de vaga teoria insegura a um fato adquirido e positivo; desperta a necessidade de trabalhar-se o mais possível na existência presente, tão breve, em favor da existência futura, que é infinita.
Admitamos que um rapaz de vinte anos adquirisse a certeza de que iria morrer aos vinte e cinco anos. O que faria nesse lapso de cinco anos que lhe restam? trabalharia para o futuro? Certo que não: procuraria gozar o mais possível, pois acreditaria que fosse uma tolice sujeitar-se sem proveito a fadigas e privações.
Entretanto, se tiver a certeza de viver até os oitenta anos, outro será o seu procedimento, porque compreenderá que necessita sacrificar alguns instantes do repouso atual a fim de assegurar o repouso futuro durante longos anos. Dá-se o mesmo com os que têm certeza da vida futura. A dúvida sobre este ponto conduz naturalmente a sacrificar tudo aos gozos da vida presente e, consequentemente, a ligar demasiada importância aos bens materiais. A importância atribuída a estes excita a cobiça, a inveja, o ciúme daqueles que têm pouco contra os que têm muito.
Da cobiça ao desejo de adquirir a qualquer preço aquilo que o vizinho possui vai apenas um passo. Daí os ódios, as disputas, os processos, as guerras e todos os males gerados pelo egoísmo.
Com a dúvida sobre o futuro e acabrunhado pelo infortúnio e pelos desgostos desta existência, somente na morte vê o homem um termo aos seus padecimentos. Então, nada esperando, considera racional abreviá-la pelo suicídio. É natural que, sem esperança no futuro, o homem sofre e se desespera com as decepções experimentadas. Os abalos violentos que sente repercutem no seu cérebro e são a causa de muitos casos de loucura. Sem a vida futura a existência terrena se converte para o homem em coisa capital, em objeto exclusivo de suas preocupações, e a ela tudo se subordina. Por isso mesmo quer desfrutar, a qualquer preço, não só todos os bens materiais, como também as honras. Deseja brilhar e elevar-se acima de todos, ofuscar o próximo com o seu luxo e posição. Daí a desordenada ambição que liga aos títulos e a todos os enfeites da vaidade, aos quais chega a sacrificar a própria honra, de vez que nada enxergue além disso.
A certeza da vida futura, com todas as suas consequências, transforma completamente a ordem de suas ideias, fazendo-lhe ver as coisas por outro prisma: é um véu que se ergue e lhe desvenda um horizonte imenso e esplêndido. Diante da infinidade e da grandeza da vida além da morte, a existência terrena desaparece, como um segundo na contagem dos séculos, como um grão de areia ao lado da montanha. Tudo se torna pequeno e mesquinho e nos admiramos por havermos dado tanta importância às coisas efêmeras e infantis. Daí, em meio às vicissitudes da existência, uma calma e uma tranquilidade que
constituem uma felicidade, comparados com as desordens e os tormentos a que nos sujeitamos, ao buscarmos nos elevar acima dos outros; daí, também, ante as vicissitudes e as decepções, uma indiferença, que tira quaisquer motivos de desespero, afasta os mais numerosos casos de loucura e remove, automaticamente, a ideia de suicídio.
A certeza do futuro dá ao homem esperança e resignação; a dúvida lhe tira a paciência, porque ele nada espera do presente. O exemplo dos que viveram prova que a soma de felicidade futura está na razão do progresso realizado e do bem que se haja praticado, enquanto que a soma de desventuras está na razão dos vícios e das más ações. Isto produz naqueles que estejam convictos desta verdade uma tendência naturalíssima para fazer o bem e evitar o mal.
Quando a maioria dos homens estiver convencida dessa verdade, quando professar esses princípios e praticar o bem, o bem triunfará sobre o mal aqui na Terra; os homens não mais se molestarão reciprocamente; reorganizarão as suas instituições sociais visando o bem geral e não o proveito de uns poucos; numa palavra, compreenderão que a lei da Caridade, ensinada por Jesus Cristo, é a fonte da felicidade, já aqui na Terra, e basearão as leis civis sobre a lei da Caridade.
A constatação da existência do mundo espiritual, que nos rodeia, e de sua ação sobre o mundo corpóreo é a revelação de uma das forças da Natureza e, consequentemente, chave de uma porção de fenômenos até agora incompreendidos, quer na ordem física, quer na ordem moral. Quando a Ciência tomar em consideração essa nova força até agora desconhecida, corrigirá um grande número de erros resultantes de se atribuir tudo a uma causa única – a matéria. O reconhecimento dessa nova causa nos fenômenos da Natureza será uma alavanca para o progresso e terá um efeito semelhante ao de outro agente novo qualquer.

Fonte: Allan Kardec - O Principiante Espírita

O frio que vem de dentro

O frio que vem de dentro
Conta-se que seis homens ficaram presos numa caverna, por causa de uma avalanche de neve.
Teriam que esperar até o amanhecer, para receber socorro. Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira, ao redor da qual eles se aqueciam. Eles sabiam que se o fogo apagasse todos morreriam de frio antes que o dia clareasse. Chegou a hora de cada um colocar sua lenha na fogueira. Era a única maneira de poderem sobreviver.
O primeiro homem era racista. Ele olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele escura. Então, raciocinou consigo mesmo: "aquele negro! Jamais darei minha lenha, para aquecer um negro". E guardou-a, protegendo-a dos olhares dos demais.
O segundo homem era um rico avarento. Estava ali, porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor e viu um homem da montanha, que trazia sua pobreza no aspecto rude do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele calculava o valor da sua lenha e, enquanto sonhava com o seu lucro, pensou: "eu, dar a minha lenha, para aquecer um preguiçoso", nem pensar.
O terceiro homem era negro. Seus olhos faiscavam de ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão ou de resignação, que o sofrimento ensina. Seu pensamento era muito prático: "é bem provável que eu precise desta lenha, para me defender. Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem". E guardou suas lenhas com cuidado.
O quarto homem era um pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros os caminhos, os perigos e os segredos da neve. Este pensou: "esta nevasca pode durar vários dias. Vou guardar minha lenha.”
O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas, nem lhe passou pela cabeça oferecer a lenha, que carregava. Ele estava preocupado demais com suas próprias visões (ou alucinações?) para pensar em ser útil.
O último homem trazia nos vincos da testa e nas palmas calosas das mãos os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido. "esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém nem mesmo o menor dos gravetos".
Com estes pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e, finalmente apagou.
No alvorecer do dia, quando os homens do socorro chegaram à caverna encontraram seis cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha.
Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de socorro disse: "o frio que os matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro.”

Não deixe que a friagem que vem de dentro mate você.

Abra o seu coração e ajude a aquecer aqueles que o rodeiam.

Não permita que as brasas da esperança se apaguem nem que a fogueira do otimismo vire cinzas.

Contribua com seu graveto de amor e aumente a chama da vida onde quer que você esteja.

E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. (Gálatas 6.9)
Portanto aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, nisso está pecando. (Tiago 4.17)

O porco e o cavalo


O PORCO E O CAVALO...  


Um fazendeiro colecionava cavalos e só faltava uma determinada raça.
Um dia ele descobriu que o seu vizinho tinha este determinado cavalo.
Assim, ele atazanou seu vizinho até conseguir comprá-lo.
Um mês depois o cavalo adoeceu, e ele chamou o veterinário:
- Bem, seu cavalo está com uma virose, é preciso tomar este medicamento durante 3 dias, no terceiro dia eu retornarei e caso ele não esteja melhor, será necessário sacrificá-lo.
Neste momento, o porco escutava toda a conversa.
No dia seguinte deram o medicamento e foram embora.
O porco se aproximou do cavalo e disse:
- Força, amigo! Levanta daí, senão você será sacrificado!
No segundo dia, deram o medicamento e foram embora.
O porco se aproximou do cavalo e disse:
- Vamos lá amigão, levanta senão você vai morrer! Vamos lá! Eu te ajudo a levantar... Upa!
No terceiro dia deram o medicamento e o veterinário disse:
- Infelizmente, vamos ter que sacrificá-lo amanhã, pois a virose pode contaminar os outros cavalos.
Quando foram embora, o porco se aproximou do cavalo e disse:
- Cara, é agora ou nunca, levanta logo! Coragem! Upa! Upa! Isso, devagar! Ótimo, vamos! Um, dois, três, legal, legal, agora mais depressa, vai... Fantástico! Corre, corre mais! Upa! Upa! Upa!!! Você venceu Campeão!
Então, de repente o dono chegou, viu o cavalo correndo no campo e gritou:
- Milagre! O cavalo melhorou. Isso merece uma festa...
' Vamos matar o porco! '

Isso acontece com frequência no ambiente de trabalho.
Ninguém percebe quem é o funcionário que tem o mérito pelo sucesso.

Saber viver sem ser reconhecido é uma arte, afinal quantas vezes fazemos o papel do porco amigo ou quantos já nos levantaram e nem o sabor da gratidão puderam dispor???

Procure ser uma pessoa de valor, em vez de querer ser uma pessoa de sucesso.


"Não se perturbe o teu coração. – Crê em Deus..."

O lar

Que as bençãos do Pai de Amor e Bondade sejam presentes na vida de cada um de nós. Que o Mestre Jesus consiga penetrar em nossos corações, t...