terça-feira, 1 de agosto de 2017

Sobre mediunidade!

MEDIUNIDADE – faculdade inerente ao homem; não constitui .... um privilegio exclusivo .... raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos.

1 – A mediunidade hoje é uma concessão do Senhor à Humanidade em geral, considerando-se a madureza do entendimento humano, `a frente da vida.
O fenômeno mediúnico não é novo. Nova é tão somente a forma de mobilização dele, porque o sacerdócio de varias procedências jaz, há muitos séculos, detido nos espetáculos do culto exterior, mumificando indebitamente o corpo das revelações celestiais.
Notadamente o Cristianismo, que deveria ser a mais ampla e a mais simples das escolas de fé, há muito tempo como que se enquistou no superficionalismo dos templos.
Era preciso, pois, libertar-lhe os princípios, a beneficio do mundo que, cientificamente, hoje se banha no clarão de nova era. Por esse motivo, o Governo oculto do Planeta deliberou que a mediunidade fosse trazida do colégio sacerdotal à praça publica, a fim de que a noção da eternidade, através da sobrevivência da alma, desperte a mente anestesiada do povo.
É assim que Jesus nos reaparece, agora, não como fundador de ritos e fronteiras dogmáticas, mas sim em sua verdadeira feição de Redentor da Alma Humana. Instrumento de Deus por excelência, Ele se utilizou da mediunidade para acender a luz da sua Doutrina de Amor ....
É indispensável procurar na mediunidade não a chave falsa para certos arranjos inadequados na Terra, mas sim o caminho direito de nosso ajustamento à vida superior. ....
Reverenciemos, pois, o Espiritismo e a Mediunidade como dois altares vivos no templo da fé, através dos quais contemplaremos, de mais alto, a esfera das cogitações propriamente terrestres, compreendendo, por fim, que a gloria reservada ao Espírito humano é sublime e infinita, no Reino Divino do Universo.
OAZ9 – págs. 160/3 – 2ª Ed. FEB).

2 – A faculdade mediúnica, tanto a natural como a de prova, não é fenômeno de nossos dias, destes dias nos quais o Espiritismo encontrou seu clímax, mas sempre existiu, desde quando existe o homem. Sim, porque foi muito por meio dela que os Espíritos puderam interferir na evolução do mundo orientando-o, guiando-o, protegendo-o. vindo conviver com os homens ou dando-lhes, pela mediunidade, as inspirações e os ensinamentos necessários, foram sempre eles, esses guias devotados e solícitos elementos decisivos dessa evolução.
E coisa notável, quanto à mediunidade, a faculdade quase não se modificou desde milênios; manteve quase os mesmos aspectos, pouco variaram os fenômenos e as manifestações, o que prova ser muito lenta a ascensão espiritual do homem neste terreno.
Se é verdade que, antigamente, o assunto não era bem conhecido e muito menos generalizado, nem por isso deixou de ser admitido, estudado e utilizado em beneficio individual e coletivo.
(AUTE3 – págs. 24/5 – 7ª Ed.LAKE).

3 – A começar de Homero, o poeta lendário da Grécia antiga, que à mediunidade se referia indiretamente ao narrar os episódios heróicos da vida de Ulisses, podemos ver .... muitos outros, como por exemplo Sócrates, que possuía  o que chamava de “demônios familiares”; Pitágoras, que era visitado pelos deuses;
Apolônio de Tiana, médium extraordinário  de vidência e levitação .... A Bíblia, ela mesma, está cheia de semelhantes manifestações, todas obtidas por meio de mediunidade ....
Que maior exemplo de fenômenos de incorporação que o revelado por Jeremias – o profeta da paz – quando, tomado pelo espírito, pregava contra a guerra aos exércitos de Nabucodonosor!
E que outro maior, de vidência  no tempo, que o demonstrado por João escrevendo o Apocalípse! ....
Era tão comum a mediunidade, ente os primitivos cristãos que instruções escritas eram enviadas às comunidades das diferentes cidades para regular a sua pratica; e essas instruções foram sendo, com o correr  do tempo, enfeixadas em livros para melhor conservação .... A mediunidade, pois, não é um fenômeno individual, restrito ao homem, privilégio de uns e outros, mas um fato universal, comum a toda a criação divina, no sentido de que as partes dessa criação se manifestam umas às outras e reciprocamente se revelam a síntese divina que  representam e a essência universal que nelas se contém.
(Op.cit. – págs. 25/36).


MEDIUNIDADE (desenvolvimento da) – não há para esse fim, nenhuma fórmula sacramental. Quem quer que pretenda indicar alguma pode ser tachado, sem receio, de impostor, visto que para os Espíritos a forma nada vale.

1 – O escolho com que topa a maioria dos médiuns principiantes é o de terem de haver-se  com Espíritos inferiores e devem dar-se por felizes quando não são levianos.
Toda atenção precisam por em que tais Espíritos não assumam predomínio, porquanto, em acontecendo isso, nem sempre lhes será fácil desembaraçar-se deles.
É ponto este de tal modo capital, sobretudo  em começo, que, não sendo tomadas as precauções necessárias, podem perder-se os furtos das mais belas faculdades.
A primeira condição é colocar-se o médium, com fé sincera, sob a proteção de Deus e solicitar a assistência do seu anjo de guarda, que é sempre bom, ao passo que os Espíritos familiares, por simpatizarem com as suas boas ou más qualidades, podem ser levianos ou mesmo maus.
A segunda condição é aplicar-se, com meticuloso cuidado, a reconhecer, por todos os indícios que a experiência faculta, de que natureza são os primeiros Espíritos que se comunicam e dos quais manda a prudência sempre se desconfie ....
Por isso é que indispensável se faz o estudo prévio da teoria, para todo aquele que queira evitar os inconvenientes peculiares à experiência ....
Se, apesar de todas as tentativas, a mediunidade não se revelar de modo algum, deverá o aspirante renunciar a ser médium, como renuncia ao canto quem reconhece não ter voz .... o recurso .... será servir-se de outro médium.
Mas, se não puder .... nem por isso deverá considerar-se  privado da assistência dos Espíritos ... Um pai não abandona um filho porque, surdo e cego, não o pode ouvir e nem ver; cerca-o, ao contrario, de toda a solicitude.
O mesmo fazem conosco os bons Espíritos. Se não podem transmitir-nos materialmente seus pensamentos, auxiliam-nos por meio da inspiração.
(Op.cit. – ns. 211 e 218).

2 – Se é verdade que não se pode forçar a eclosão das faculdades porque isso depende de amadurecimento espontâneo e oportuno, não é menos certo que se pode e se deve aperfeiçoar e disciplinar tais dotes para se obterem resultados mais favoráveis ...
Um curso d’água entregue a si mesmo pode se perder na planície, fazendo voltas inúteis, se estagnando e provocando malefícios, mas, devidamente canalizado, vai diretamente à foz e em muito menos tempo. No caso da mediunidade o que se procura é justamente canalizar a corrente, discipliná-la, para que fica com mais desembaraço e rapidez.
A falta de tais cuidados é que o mundo está cheio de médiuns obsidiados, fracassados, ou, na melhor das hipóteses, estagnados ....
Mas, qual o processo para conseguir  isso, em sentido geral? Entre outras coisas, é necessário o seguinte:
a) a direção dos trabalhos deve estar com pessoa competente, que conheça o problema detalhadamente;
b) deve existir perfeito entrosamento de ação  nos dois planos, mediante ajuste prévio com os operadores invisíveis;
c) não se permitir que Espíritos desencarnados irresponsáveis, ou estranhos ao trabalho, se aproximem dos médiuns e que os destacados para isso, só o façam no momento oportuno;
d) criar, para o trabalho, um ambiente espiritualizado, de objetivos elevados, excluídos o exibicionismo, o interesse pessoal;
e) exigir que as manifestações se dêem em ordem, uma de cada vez, para evitar confusões e tumultos;
f) desmascarar pacificamente todas as mistificações, tanto de médiuns, como de Espíritos, e pôr em evidência todas as manifestações e ocorrências que possam servir de ensinamento e de edificação moral;

g) ter como finalidade o espiritismo evangélico – que é o único que assegura uma assistência espiritual elevada. 

MEDIUNIDADE (inconvenientes e perigos da) – é que de muitas dificuldades se mostra inçada a pratica do Espiritismo e nem sempre isenta de inconvenientes a que só um estudo sério e complexo pode obviar.
1 – O exercício muito prolongado de qualquer faculdade acarreta fadiga; a mediunidade está no mesmo caso, principalmente a que se aplica aos efeitos físicos, ela necessariamente ocasiona um dispêndio de fluído  que traz a fadiga, mas que se repara pelo repouso ....
Há casos em que é prudente, necessária mesmo, a abstenção, ou, pelo menos, o exercício moderado (da mediunidade) tudo dependendo do estado físico e moral do médium ....
Há pessoas relativamente às quais se devem evitar todas as causas de sobreexcitação e o exercício da mediunidade é uma delas ....
A mediunidade não produzirá a loucura, quando esta já não exista em gérmem; porém existindo este, o bom senso está a dizer que se deve usar de cautelas, sob todos os pontos de vista.
(Op.cit. – n. 221).

2 – Ainda nas condições mais favoráveis é de desejar que uma criança dotada de faculdade mediúnica não a exercite, senão sob a vigilância de pessoas experientes, que lhe ensinem, pelo exemplo, o respeito devido às ....todavia .... não se deve forçar o desenvolvimento dessas faculdades nas crianças, quando não é espontânea, e que, em todos os casos, se deve proceder com grande circunspeção, não convindo nem excitá-las, nem animá-las nas pessoas débeis.
Do seu exercício cumpre afastar, por todos os meios possíveis, as que apresentem sintomas, ainda que  mínimos, de excentricidade  nas idéias, ou de enfraquecimento das faculdades mentais, porquanto, nessas pessoas, há predisposição evidente para a loucura, que se pode manifestar por efeito de qualquer sobreexcitação.
As idéias espíritas não tem, a esse respeito, maior influência do que outras, mas, vindo a loucura a declarar-se, tomaria o caráter religioso, se a pessoa se entregasse em excesso às praticas de devoção, e a responsabilidade seria lançada ao Espiritismo.
(op.cit. – n. 222).

3 – Há também pessoas que vêem perigo por toda parte e em tudo o que não conhecem.
Daí a pressa com que, do fato de haverem perdido a razão alguns dos que se entregaram a estes estudos, tiram conclusões desfavoráveis ao Espiritismo .... 
Não se dá  mesmo com todas as preocupações de ordem intelectual que empolgam um cérebro fraco?
Quem será capaz de precisar quantos loucos e maníacos os estudos  da matemática, da medicina, da música, da filosofia e outros tem produzido? ....
Todas as preocupações do espírito podem ocasionar a loucura: as ciências, as artes e até a religião lhe fornecem contingentes .... Provavelmente, o louco religioso se houvera tornado um louco espírita, se o Espiritismo fora a sua preocupação dominante, do mesmo modo que o louco espírita o seria sob outra forma, de acordo com as circunstâncias .... o Espiritismo não tem privilégio algum a esse respeito .... bem compreendido, ele é um preservativo contra a loucura.

MEDIUNIDADE (suspensão e perda da) – entende-se por intermitências e suspensões temporárias, quer para as manifestações físicas, quer para a escrita

1 – Isso freqüentemente acontece, qualquer que seja o gênero da faculdade. Mas, também, muitas vezes apenas se verifica uma interrupção passageira, que cessa com a causa que a produziu ....
Quando nada mais obtém, nem sempre é porque lhe falta a faculdade; isso não raro se dá, porque os Espíritos não mais querem, ou podem servir-se dele ....
O que mais influi para que assim procedam os bons Espíritos (o abandono de um médium) é o uso que o médium faz da sua faculdade .... quando dela se serve para coisas frívolas, ou com propósitos ambiciosos; quando se nega a transmitir as nossas palavras (dos Espíritos), ou os fatos por nós (Espíritos) produzidos, aos encarnados que para ele apelam, ou que tem necessidade de ver para se convencerem. Este dom de Deus não é concedido ao médium para seu deleite e, ainda menos, para satisfação de suas ambições, mas para o fim da sua melhora espiritual e para dar a conhecer aos homens a verdade. S
e o Espírito verifica que o médium já não corresponde às suas visitas e já não aproveita das instruções nem dos conselhos que lhe dá, afasta-se, em busca de um protegido mais digno .... a interrupção da faculdade nem sempre é uma punição; demonstra às vezes a solicitude do Espírito para com o médium, a quem consagra afeição, tendo por objetivo proporcionar-lhe um repouso material de que o julgou necessitado ....
Vêem-se, no entanto, médiuns de muito mérito, moralmente falando, que nenhuma necessidade de repouso sentem e que muito se contrariam com essas interrupções, cujo fim lhes escapa. Servem para lhes pro a paciência à prova e para lhes experimentar a perseverança ....
É também para lhes dar tempo de meditar as instruções recebidas.


2 – Haveria meio de abreviar essa prova? A suspensão da faculdade não implica o afastamento dos Espíritos que habitualmente se comunicam? O médium que ficou impossibilitado de escrever deverá recorrer a outro médium? 

Ver MÉDIUM.

Bibl. –
Nos Domínios da Mediunidade, de A.Luiz, Ed.FEB;
Estudando a mediunidade, de M.Peralva, Ed.FEB;
Mecanismos da Mediunidade, de A.Luiz, Ed.FEB;
Mediunismo de Ramatis, Ed.Freitas Bastos.

Fonte: Livro”Dicionário de Doutrina Espírita” – por ADGMT

Digitado por Doris Day

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